18 de novembro de 2010

Sobre Reis, Princesas e Sapos...


Reis, eram descendentes de famílias nobres que desde a mais tenra infância eram preparados para assumir, em algum momento, o trono. Se julgavam instituídos de poder por Deus, portanto, Seu representante direto. Alguns afirmavam até, ser o próprio Deus na Terra, justificando assim suas extravagâncias e atrocidades.
Apesar dos excessos, penso que há um pouco de verdade nisso tudo.

Todos nós nascemos príncipes e princesas. Somos nobres aos olhos de Deus. O preço pago por nós foi altíssimo. Fomos comprados pelo Sangue Precioso de Jesus.

A grande maioria de nós, como nobres que somos, vai um dia assumir seu trono. Encontrará outro nobre, e juntos construirão seu reino, seu lar, através do Sacramento do Matrimônio.
Diferentemente do que acontecia na Idade Média, atualmente os casamentos não são arranjados pelos pais, e isso deu mais liberdade aos príncipes e princesas de todo o mundo.
Mas essa liberdade é perigosa.
Queremos encontrar nosso príncipe encantado ou salvar a princesa da torre do castelo, rápido demais. Nos atiramos nos braços do primeiro cavaleiro que passa pelo nosso castelo, achando que ele é aquele destemido guerreiro que será nosso herói, sem ao menos olhar se seu cavalo é realmente branco, ou se sua capa é azul. Escalamos torres em todas as esquinas, despertando aos beijos princesas adormecidas, sem ao menos notar se são realmente belas, sem conhecer sua história, sem saber se dormem por uma maçã ou por  ter espetado o dedo.

E, com isso, vamos deixando de ser nobres, pois, nobre, é aquilo que é raro, especial, diferente. E nessa confusão de pretendentes vamos nos tornando comuns, camponeses, escravos.
Então, surgem dois outros personagens: as bruxas e os sapos (que fique bem claro que bruxas não são necessariamente princesas e sapos não são necessariamente príncipes). Eles são muito parecidos. Ambos já experimentaram o amor e se decepcionaram com ele.
As bruxas, decidiram “curtir a vida”. Amaram, não foram correspondidas e agora não querem corresponder ao amor de ninguém. Na maioria das vezes, ainda amam seu primeiro príncipe e esperam que um dia ele perceba que foram feitos um para o outro. Enquanto isso não acontece, amarguradas, vão entregando diferentes frascos de poções do amor a novos príncipes que, ao beber seu líquido, descobrem se tratar na verdade de um feitiço.

Os sapos, são aqueles que beberam os feitiços pensando estar tomando a poção do amor. Diante da decepção causada pelo fracasso, se esconderam no fundo de uma lagoa. Não querem curtir a vida. Preferem esperar que uma princesa apareça pelas redondezas e deixe sua bolinha cair na lagoa, para que num ato de heroísmo, possa devolver o pertence e cobrar a dívida com um beijo que quebraria o feitiço.
Assim como as bruxas, os sapos tem uma dificuldade muito grande de lembrar que na verdade são nobres, que já foram um dia príncipes ou princesas, pois ficaram presos na sua nova imagem refletida na lagoa ou no espelho mágico.

É importante lembrar que nem todos os príncipes e princesas se tornam bruxas ou sapos, mas, infelizmente isso é raro nos tempos atuais.
O interessante, e o mais importante, é o que não está escrito nas histórias infantis. O personagem principal não apareceu ainda.

Em algum momento da vida, seja no castelo, na masmorra ou no fundo da lagoa, sapos, bruxas, príncipes ou princesas, se ajoelham, na maioria das vezes em meio as lágrimas que rolam, fecham os olhos e clamam por Salvação. Eis que surge diretamente do céu uma luz, que se direciona aos corações e Deus, o protagonista da história, diz que não importa se você se tornou sapo ou bruxa, se pela sua trajetória passaram muitos príncipes ou princesas, ou até mesmo se não passou ninguém.

O que importa, é que você foi feito nobre. Comprado por um preço altíssimo, lembra?
Se por acaso uma madrasta cruel, chamada vida, lhe transformou em gata borralheira, na oração, Deus vai até você e lhe entrega o sapatinho de cristal, para que, reconciliado com sua realidade nobre, você possa encontrar seu príncipe ou resgatar sua princesa, e serem juntos, na oração, felizes para sempre.


Rafael Lemos
22 anos
Está no Jusa desde 2005
Vice-Coordenador do grupo

3 Comentários:

Dedo de prosa disse...

Esse texto me fez refletir, que devemos viver na esperança de ajudar principes, princesas, sapos e bruxas a acharem este protagonista salvador, e ao encontrar caminhar com ele, em vossos corações, belissimas palavras parabens Rafael.

Douglas Machado.

Matheus Barbosa disse...

Fico muito agradecido e feliz sempre que leio este tipo de leitura. Às vezes até procuro, assim como os artistas de rua, o chápeuzinho jogado ao chão para retribuir. Mas, leituras como estas não há moedinha que se pague. Tenho muito a agradecer a você Rafa pela bela escrita.
Comentando um pouco o texto...
Vejo que realmente esquecemos o quanto somos amados de modo singular por Deus. E sabe, que esta tua metáfora, me lembrou lá no fundo o filho pródigo.
Enfim, ficou ótimo. Parabéns!
Deus o Abençoe!

Unknown disse...

Gostaria de agradecer pelos comentários.
Mesmo utilizando apenas o MSN para me comunicar pela internet, sei da importância destes espaços para anunciar palavras que edificam as pessoas. Sempre há espaço nos corações para poesia, boa música, textos que nos fazem refletir...
Dentre eles, creio que a Palavra Divina sempre é a que produz mais efeito. Este texto foi escrito por inspiração de Deus, através de experiências que tive na vida. Acredito que esse seja o ponto chave, pois cada um de nós se identificará com algum personagem, seja ele sapo, bruxa ou princesa.
Enfim, agradeço a vc Matheus, pois é, em grande parte, pela sua dedicação que o JUSA hoje possui este espaço. É pelo seu incentivo que este texto está disponível para uma infinidade de sapos e bruxas que precisam se encontrar com o Protagonista e reencontrar sua condição de nobre.
Que Deus abençoe o blog e todos aqueles que passarem por aqui.
Paz e Bem!

Rafa Lemos

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